A história e evolução urbana do Porto dependeram sempre do rio Douro e das suas magníficas pontes.
As duas primeiras pontes permanentes foram construídas na primeira metade do século XIX, e já não
existem. Na segunda metade desse mesmo século construíram-se mais outras duas pontes, ainda
existentes, que estabeleceram a mais elevada qualidade técnica e estética para as Pontes do Porto. No
século XX construíram-se apenas três pontes, mas no início deste século XXI foi já construída uma
ponte singular e projeta-se a construção de mais três. As Pontes do Porto constituem um patrimônio
mundial único de grandes obras de arte ao serviço do desenvolvimento e bem-estar das populações.
A ponte Maria Pia é uma obra de engenharia cuja conceção e solução de construção mostra
bem quer o avanço tecnológico quer o gênio das gentes daquele século. O Porto e Gaia
atravessam então um período de crescimento que se manifesta também nas vertentes cultural, social e política. Assim, apenas quatro anos depois de terminada a construção da ponte Maria
Pia, não surpreende que se inicie a construção da não menos magnífica ponte que vai receber
o nome do rei Luiz I. Uma ponte concebida pelo engenheiro Théophile Seyrig com base no
projeto elaborado pelo engenheiro João Joaquim Matoso. Uma ponte com dois tabuleiros
metálicos, o superior com cerca de 390 metros de comprimento e à cota de 62 metros, e o
inferior com 174 metros de comprimento e à cota de 10 metros. Ambos suportados por um arco
metálico, também bi-articulado, com 172 metros de vão e uma flecha de 44 metros no seu
intradorso (fotografia 7). Construída ao lado da ponte pênsil e inaugurada no dia 31 de Outubro
de 1886, vai assistir ao desmantelamento daquela primeira ponte, no final de 1887. As pontes sobre o rio Douro têm sido sempre obras
singulares, mas as suas dimensões e custos nunca justificaram que os traçados das vias de
meios de transporte distintos se “acotovelassem”.
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