quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Lisboa - Campo das cebolas e Casa dos Bicos




A Casa dos Bicos, edifício que Brás de Albuquerque, filho do vice-rei da Índia, Afonso de Albuquerque, mandou construir em 1523, após uma viagem a Itália, e que teve como modelo o Palácio dos Diamantes, em Ferrara, é desde junho de 2012 a sede da Fundação José Saramago. Embora seja legítimo supor que o seu primeiro proprietário gostaria que a sua casa tivesse o mesmo nome, a opinião dos lisboetas de então foi diferente. Onde alguns quereriam ver diamantes, eles não viam mais que bicos de pedra, e, como o uso faz lei, de tanto lhe chamarem Casa dos Bicos, dos Bicos ficou e com esse nome entrou na História.






terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Convento de Mafra e suas salas interiores

Convento/Palácio Nacional de Mafra localiza-se no
concelho de Mafra, no distrito de Lisboa, em Portugal, a
cerca de 25 quilómetros de Lisboa. É composto por um
palácio e mosteiro monumental em estilo barroco joanino,
na vertente alemã. Os trabalhos da sua construção iniciaram-se
em 1717 por iniciativa de João V de Portugal, em virtude de 
uma promessa que fizera em nome da descendência que viesse
a obter da rainha dona Maria Ana de Áustria.
O edifício ocupa uma área aproximada de quatro hectares (37.790 m2).
Construído em pedra lioz abundante na região de Mafra é 
constituído por 1200 divisões, mais de 4700 portas e janelas, 
156 escadarias e 29 pátios e saguões.
Classificado como Monumento Nacional em 1910, foi um dos 
finalistas da iniciativa Sete Maravilhas de Portugal a 7 de Julho de 2007.









                                 Sala das Descobertas

A pintura do tecto, da autoria de Cirilo Volkmar Machado, representa os
feitos dos portugueses além-mar, como Vasco da Gama vencendo o 
Adamastor, Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil, Cristóvão Colombo,
descobridor da América e um retrato do Infante D. Henrique. As paredes
estavam ornadas com quadros representando as façanhas dos Castros, Albuquerques, 
Almeidas e Mascarenhas na Índia. Estas telas foram com o rei D. João VI para o
Brasil e não regressaram.

Sala de jantar
Casa de jantar de finais do século XIX. A mesa e cadeiras foram executadas
 na Penitenciária de Lisboa e oferecidas ao rei D. Carlos. 


                       Torreão Norte

Aposentos privados do Rei, usados até à morte de D. Fernando de Saxe-Cobourgo
(1816/1885), marido da rainha D. Maria II, ficando depois reservados a hóspedes
importantes de visita a Mafra.

Cada um dos torreões do Paço Real, norte e sul, funcionava como um apartamento
independente com as suas cozinhas na cave, as despensas e ucharias no piso térreo,
os quartos dos Camaristas no 1º piso, os aposentos do Rei neste piso e os criados 
nos mezaninos (sótãos)





Sala da Benção
Esta sala é o ponto central da fachada principal que se abre sobre
a praça e a Basílica.
Destes varandins podia a Família Real assistir às cerimónias religiosas e,
da varanda que abre sobre o Terreiro, D. João V aparecia ao povo.




Oratório Sul
Capela privada dos aposentos do Torreão Sul, originalmente destinados à rainha. 
Pintura do teto de Cirilo Volkmar Machado, mandada executar pelos Príncipe
Regente D. João (futuro rei D. João VI) e sua mulher, D. Carlota Joaquina, 
em finais do século XVIII. Representa S. João Baptista, S. Carlos Borromeu
e Sto. António prostrados diante da Santíssima Trindade pedindo descendência
para o trono.

                     Sala de D. Pedro V

A presente divisão e decoração reflete a vivência romântica do século XIX e
data da campanha de obras realizada neste Palácio aquando da subida ao trono
de D. Pedro V em 1855 e do seu casamento com D. Estefânia de Hohenzollern-
Sigmaringen em 1858.

Era também designada por Sala Vermelha ou Sala de Espera, pois aqui 
esperavam os convidados antes de serem anunciados pelo reposteiro para
serem recebidos pela Família Real na Sala da Música.







                         Sala da Música

Também conhecida por Sala Amarela ou Sala de Receção. A Família Real 
recebia aqui os seus convidados, substituindo a Sala de Audiências (do Torreão Norte)
depois de D. Pedro V abolir o tradicional beija-mão real nas datas festivas. 


                        Sala de Caça

O Palácio de Mafra era visitado regularmente pela Família Real que aqui vinha
várias vezes ao ano, normalmente para caçar na Tapada. Todo o mobiliário e 
decoração desta sala é alusivo a este gosto dos reis.




                                      Biblioteca

-O Palácio Nacional de Mafra possui uma das mais importantes bibliotecas
portuguesas, com um valioso acervo de aproximadamente 36.000 volumes,
verdadeiro repositório do Saber. 
De destacar algumas obras raras como a coleção de incunábulos (obras
impressas até 1500) ou a famosa “Crónica de Nuremberga” (1493), bem
como diversas Bíblias ou a primeira Enciclopédia (conhecida como  de
Diderot et D’Alembert), os Livros de Horas iluminados do Séc. XV e 
ainda um importante núcleo de partituras musicais de autores portugueses
e estrangeiros, como Marcos Portugal, J. de Sousa, João José Baldi, entre
outros, especialmente escritas para o conjunto dos seis órgãos históricos da Basílica.
A atestar a importância desta coleção, uma Bula concedida pelo Papa Bento XIV
em 1754, para além de proibir sob pena de excomunhão, o desvio ou empréstimo
de obras impressas ou manuscritas sem licença do Rei de Portugal, concede-lhe
autorização para incluir no seu acervo os livros proibidos pelo Index.


















Enfermaria
De destacar como espaços  conventuais mais significativos o
 Campo Santo e a Enfermaria 










                                   Basílica

A Basílica ocupa a parte central do edifício, ladeada pelas torres sineiras.

Foi feita segundo o desenho de João Frederico Ludovici ourives de
origem alemã que, após a sua longa permanência em Itália, a concebeu
ao estilo barroco italiano.
Tem a forma de cruz latina com o comprimento total 58,5 m e 43 m
de largura máxima no cruzeiro, sendo toda em pedra da região de Sintra,
Pêro Pinheiro e Mafra.

O zimbório, com 65 m de altura e 13 m de diâmetro, foi a primeira cúpula
construída em Portugal.









Cúpula
O zimbório, com 65 m de altura e 13 m de diâmetro,
 foi a primeira cúpula construída em Portugal.